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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Joaquim Teófilo Braga


Nome: Joaquim Teófilo Fernandes Braga
Duração do mandato: 1910-10-05/1911-08-24
Biografia: Foi escolhido para presidir ao primeiro Governo Provisório saído do 5 de Outubro de 1910 até à eleição do Dr. Manuel de Arriaga, tendo depois, por deliberação do Congresso, completado o mandato desde 29 de Maio de 1911 a 5 de Outubro de 1911. Teófilo Braga completou o mandato de Manuel de Arriaga como Presidente da República entre 29 de Maio e 4 de Agosto de 1915. Nasceu a 24 de Fevereiro de 1843 e morreu a 28 de Janeiro de 1924 e ele era do Partido democrático. Teófilo Braga ainda jovem foi seduzido pelas ideias filosóficas de Conte e defendia as ideias positivistas. "O positivismo consolidou sobretudo a ideia de que a República não podia ser um simples golpe de Estado, e que talvez até devesse dispensar os intentos revolucionários." (José Mattoso, História de Portugal, vol. 6, p. 403) Os republicanos acreditavam que "para criar a República era preciso libertar os indivíduos das antigas sujeições. A mais grave era, sem dúvida, a sujeição espiritual. Em Portugal, em 1900, apenas 50 000 indivíduos, em cerca de 6 milhões, tinham declarado nos boletins de recenseamento não ser católicos. Para os republicanos, os espíritos dos Portugueses estavam, assim, cativos de uma organização, a igreja Católica Romana, que em 1864, condenara solenemente o liberalismo e todas as ideias modernas" (Mattoso, idem, p. 4O9). Para o historiador António Reis a actividade doutrinária de Teófilo Braga foi determinante para a consolidação do ideário republicano. Joaquim Teófilo Braga nasceu em Ponta Delgada, a 24 de Fevereiro de 1843, filho de Joaquim Manuel Fernandes Braga, provavelmente bisneto de um dos "meninos de Palhavã", (os célebres três filhos bastardos do rei D. João V, cada um de sua mãe, que o monarca viria a perfilhar e educar) e de Maria José da Câmara e Albuquerque, da ilha de Santa Maria, também descendente das mais nobres linhagens portuguesas, que o genealogista Ferreira Serpa faz retroceder a D. Urraca do início da nacionalidade.


Manuel de Arriaga

Duração do mandato: 24 de Agosto de 1911 - 26 de Maio de 1915
Biografia: Manuel José de Arriaga Brum da Silveira nasceu na cidade da Horta em 8 de Julho de 1840. Era filho de Sebastião de Arriaga Brum da Silveira, oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos que se radicaram na Ilha do Faial no séc. XVII e de Maria Cristina Ramos Caldeira, natural de Lisboa, também descendente de nobre linhagem. Tiveram seis filhos Maria Cristina, a mais velha, viria a ser poetisa e a ela se refere Vitorino Nemésio em "Mau Tempo no Canal. Outros dois filhos do casal Arriaga vão distinguir-se também. José de Arriaga, que foi historiador ("História da Revolução Portuguesa de 1820", 4 v.,1889; "História da Revolução de Setembro", 3.v., 1892 e "Os Últimos 60 anos da Monarquia", 1911), foi viver para o Brasil, onde morreu; e Sebastião Arriaga Brum da Silveira Júnior, engenheiro agrónomo, que, depois de estudar no estrangeiro, tentou um programa inovador de recuperação do Alentejo, mas morreu com 39 anos sem acabar o seu projecto; por fim, Manuel, o quarto na linha de sucessão, mas que por morte do irmão e sendo o segundo varão deveria ser o herdeiro, optou muito cedo pela via política.
Foi durante o período em que estudava na Universidade de Coimbra para se "formar em leis", no contacto com outros estudantes e professores e na leitura de outras formas de pensamento, que aderiu ao ideário republicano. Para este jovem loiro e de olhos azuis a quem nada faltava, a opção política veio privá-lo de tudo aquilo que leva tantos outros a seguirem o mesmo caminho: ascensão social, prestígio e fortuna. Manuel de Arriaga perdeu tudo isso. O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o. Manuel de Arriaga teve então de trabalhar, dando lições de inglês para poder continuar o curso.
Este jovem açoriano, calmo e arguto, estava longe de saber que viria a ser o primeiro Presidente da República Portuguesa. Antes de ocupar a cadeira do poder (que nesse tempo era pouco), Arriaga passou cinquenta anos da sua vida como paladino de uma sociedade mais justa. Em 1876 fez parte do grupo que estudou o plano de reforma da instrução secundária. Foi membro do Directório do Partido Republicano depois de 31 de Dezembro de 1891. Em 1882 fora deputado da minoria republicana. É com ardor que denuncia irregularidades no Governo, nomeadamente quando o ministro da Fazenda emprestou dos cofres do Estado elevadas quantias a sociedades particulares sem dar conhecimento ao Governo.

Bernardino Guimarães

Nome: Bernardino Luís Machado Guimarães
Duração do mandato: 6 de Agosto de 1915 - 5 de Dezembro de 1917
Biografia: Filho do primeiro barão de Joane, seu nome completo era Bernardino Luís Machado Guimarães. Mudou-se para Portugal ainda criança. Licenciou-se em Ciências na Universidade de Coimbra, em 1875, com o estudo Teoria Mecânica na Reflexão e na Refração da Luz. Doutorou-se com Dedução das Leis dos Pequenos Movimentos Periódicos da Força Elástica e concorreu a professor com Teoria Matemática das Interferências. Em 1890, o corpo catedrático da universidade elegeu-o par do reino (membro da antiga Câmara Alta que havia em Portugal). Foi diretor do Instituto Industrial e Comercial. Em 1882, filiou-se ao Partido Regenerador, assumindo as Obras Públicas, Comércio e Indústria em 1893. Foi grão-mestre da Maçonaria. Aderiu ao Partido Republicano e tornou-se presidente de seu diretório em 1903. Proclamada a República, foi ministro dos Estrangeiros (1910-1911), embaixador no Brasil (1912-1914) e presidente do ministério (1914 e 1921). Eleito presidente da República em 6 de agosto 1915, foi deposto pela revolução sidonista em 8 de dezembro 1917. Reeleito em 1925, foi destituído novamente pelo golpe militar de 28 de maio de 1926.

Sidónio Pais

Sidónio Pais foi um militar e político que, entre outras funções, exerceu os cragos de deputado, de Ministro do Fomento, de Ministro das Finanças, de embaixador de Portugalem Berlim e de Presidente da República Portuguesa.




Enquanto Presidente da República, exerceu o cargo de forma ditorial, suspendendo e alterando por decreto normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911, razão pela qual ficou conhecido com o Presidente-Rei. Sou filho de um escrivão, que me deixou órfão muito cedo, a mim e aos meus dois irmãos. A minha família parece ter vindo a este mundo marcada pelo signo de uma tragédia que já levou à loucura e à morte vários familiares meus. Primeiro foi um tio, que se ordenou padre em Braga, e que morreu no Brasil, atacado de demência. Depois foi a minha irmã a que sucedeu a mesma tragédia e, mais tarde, quando eu for presidente, o meu irmão Aureliano morrerá no Hospital do Conde de Ferreira, atacado de loucura incurável. A vida não começa fácil para mim. Talvez por isso, desde cedo me deixo encantar pelas casernas. Aos 16 anos já marco passo no Regimento de Infantaria 23. Completo o Curso da Escola do Exército e, pouco depois, parto para Coimbra onde vou preparando o Magistério. Antes, fui vogal da Comissão de Balística presidida pelo general Fernandes da Costa, a quem fiquei a dever grandes favores na conciliação das funções militares e de estudioso doutorando.



João Canto e Castro


Almirante João de Canto e Castro Silva Antunes foi eleito a 16 de Dezembro de 1918, em substituição de Sidónio Pais e logo após o assassinato deste, num momento em que Bernardino Machado, no exílio, era ainda, à luz da Constituição, o legítimo Presidente.
Os monárquicos, que tinham ganho terreno durante o sidonismo, exigiram que os ministros republicanos fossem demitidos e, em Santarém, a 12 de Janeiro de 1919 e com o apoio do Partido Socialista, os republicanos revoltam-se. Houve até a situação insólita de se proclamar a monarquia no Porto e em Lisboa, mas o Governo acaba por dominar os insurrectos. Henrique Paiva Couceiro (1861-1944), que fora governador de Angola no tempo de João Franco, foi, durante um escasso mês, o garante dessa "Monarquia do Norte" - desi-gnada depreciativamente por "Traulitânia".João de Canto e Castro Silva Antunes era monárquico, mas no espaço de tempo em que exerceu as funções de Presidente da República - 16 de Dezembro de 1918 a 5 de Outubro de 1919 - não o fez nem como militar nem como monárquico. É curioso como este homem que, à partida tinha dois "defeitos" impossíveis de conciliar (monárquico e militar) com o exercício da Presidência da República, o fez de um modo que os historiadores mais tarde consideram como justo e isento.
João de Canto e Castro nasceu em 19 de Maio de 1862. Foi deputado em 1908 e ministro da Marinha em 1918. O seu mandato não foi isento de dificuldades com as tentativas dos monárquicos de voltar ao poder. Para chefiar o novo Governo, Canto e Castro escolheu o general Tamagnini Barbosa, que ocupará esse cargo até Janeiro de 1919.



António José de Almeida



Político português. Forma-se em Medicina e exerce clínica, entre 1895 e 1904, em São Tomé e em Lisboa. Na juventude adere aos ideais republicanos, participa activamente na propaganda política, e destaca-se pelos seus dotes de tribuno. Em 1906 é eleito deputado pelo círculo de Lisboa. Em 1907 ingressa na Maçonaria. Com a sua intensa actividade, contribui para a queda do regime monárquico em 5 de Outubro de 1910. Ministro do Interior no governo provisório, está na base de importantes reformas do ensino, nomeadamente do ensino superior quando cria as Universidades de Lisboa e do Porto. Líder do Partido Evolucionista, preside ao governo chamado da «União Sagrada». Funda e dirige o diário A República. Em 1919 é eleito presidente da República. É o único presidente da Primeira República que cumpre integralmente o mandato, que termina em 1923. Nasceu em Vale da Vinha, concelho de Penacova, em 1866, e contava 25 anos quando se deflagrou a revolta do Porto. Formou-se em Medicina. Orador de uma eloquência fascinadora, possuía a alma de um romântico caudilho. Preparava-se para o professorado na Universidade, mas o seu ímpeto, o fulgor da sua palavra, o irrequietismo de combatente, não foram propícios para a carreira em que decerto se notabilizaria. Em 23 de Março de 1890 publicou no jornal académico "O Ultimato", o artigo Bragança, o último que produziu enorme eco no país, sendo o autor processado. Defendeu-o o Doutor Manuel de Arriaga mas foi condenado a três meses de prisão o que espalhou o seu nome, até aí apenas conhecido entre os condiscípulos. Publicou então, o livro Desafronta e Palavras de um intransigente.
Quando terminou o curso partiu para S. Tomé. Ali exerceu clínica, notabilizando-se no tratamento das doenças dos países quentes, adquirindo alguns meios de fortuna.



Manuel Teixeira Gomes


Manuel Teixeira Gomes (1860-1941) nasceu em Portimão e faleceu em Bougie, Argélia. Estudou no seminário de Coimbra, onde completou o ensino secundário. Frequentou o curso de Medicina na Universidade da mesma cidade. Numa vida de boémia, deambulou por Lisboa e Porto durante vários anos, convivendo com escritores e artistas como Fialho de Almeida, Sampaio Bruno, João de Barros, João de Deus e Soares dos Reis. Viajou pela Europa como agente de negócios de seu pai, enriquecendo a sua cultura literária, plástica e musical. Em 1911, foi nomeado ministro em Londres, tendo sido exonerado dessa função em 1918 por Sidnónio Pais. Em 1923 foi eleito presidente da República, renunciando ao cargo em 1925. Com o advento do Estado Novo em 1926, exilou-se em Bougie, na Argélia. Marcado pelo naturalismo e pelo simbolismo, a obra de Manuel Teixeira Gomes reflecte um epocurismo que leva à transformação das pessoas e das paisagens descritas em obras de arte. Obras – Ficção: Sabina Freire (1905), Gente Singular (1909), Novelas Eróticas (1934), Regressos (1935), Miscelânea (1937), Maria Adelaide (1938), Carnaval Literário (1939). Correspondência: Correspondência I e II (1960). Crónicas e memórias: Inventário de Junho (1899), Cartas sem Moral Nenhuma (1903), Agosto Azul (1904), Cartas a Columbano (1932), Londres Maravilhosa (1942).


José Mendes Cabeçadas

José Mendes Cabeçadas Júnior
Nasceu em Loulé a 19 de Agosto de 1883; morreu em Lisboa a 11 de Junho de 1965.
Oficial de Marinha. Maçon. Teve papel importante no 5 de Outubro de 1910, revoltando o Adamastor.
Deputado (1911 e 1915).
Aquando do 28 de Maio estava ligado há vários anos à oposição ao Partido Democrático, então no Governo. Chefia a conspiração em Lisboa. Obteve do Presidente Bernardino Machado a chefia do Governo (31.5.1926), assumindo também quase todas as pastas; e recebe, nesse mesmo dia, a renúncia deste à chefia do Estado, que passa a acumular, enquanto chefe do Ministério.
A sua perspectiva seria a de um golpe anti Ministério e anti Partido Democrático, reformista, mas que não poria em causa o essencial do regime constitucional vigente. O afastamento expedito (17.6.1926) deste aparente primeiro homem forte da Ditadura, que de facto nunca teve força para exercer minimamente os poderes - nomeadamente presidenciais - que supostamente tinha, e o triunfo a curto prazo de Carmona, marcaram a vitória da perspectiva republicana autoritária e conservadora.
Desde então, passou para as fileiras da oposição: esteve envolvido em conspirações militares (e.g. 1946 e 1947), e o seu último gesto político significativo foi ser um dos três primeiros subscritores do Programa para a Democratização da República (1961).

Manuel Oliveira da Costa

Nasceu em Lisboa, a 14 de Janeiro de 1863. Morreu em 17 de Dezembro de 1929.
Oficial de cavalaria. Seu pai foi oficial subalterno de modesta origem camponesa. Tendo, por isso, tomado para si as palavras de um marechal de Napoleão: "O antepassado sou eu!" Típico militar colonial das campanhas de ocupação, marcado pela figura de Mouzinho. Até 1915, esteve quase ininterruptamente na Índia e em África - Moçambique, Angola, São Tomé. Aí conquistou o prestígio que a I República procurou utilizar, ao nomeá-lo comandante da lª divisão do CEP (Corpo Expedicionário Português). A campanha da Flandres, não beliscou, pelo contrário, reforçou esse prestígio. Como quase todos os africanistas, tinha pouca ou nenhuma simpatia pelo republicanismo e - imprudência típica nele - não fez segredo de que acreditava que se fosse ele a comandar as forças governamentais, outro teria sido o resultado do 4-5 de Outubro de 1910; também típico e generalizado o facto de não se ter demitido com a instauração da República, que, por sua vez, tem de contemporizar com estes oficiais prestigiosos. Mesmo quando no início dos anos 20 - parece que motivado por problemas financeiros, além de razões políticas e de temperamento - se envolve em conspirações, a solução preferida pelo Governo foi enviá-lo ao Ultramar, como inspector militar (1922-1924). De regresso à Metrópole, filia-se no Partido Republicano Radical, dirigido por Cunha Leal, de oposição de direita ao PRP (Partido Republicano Português)-Partido Democrático.

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